quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Que tal abrir as portas do hospício?




Re: O que fazer com um doido de hospício fora dele?


From: Geraldo Paula Souza Anhaia Mello




Estou louco já faz tempo mas agora a coisa piorou muito. Fiquei agressivo. Furioso. Homicida e suicida. (...) Ou como diz o Bruno Simões, sou um personagem de Homero em um livro de José Sarney. Eu quase cheguei lá. Estava começando a acertar o passo com a moça que me pediu para não citar mais o nome dela e eu obedeço. Estávamos indo bem, mesmo que fosse para o brejo, de vento em popa e à beira do abismo. (...)
3 de setembro de 2009 12:50

Que tal abrir as portas do hospício?

Gentileza tua o toque sobre a moça que te pediu pra não citar o nome dela. Eu faria o mesmo. Tive meus tempos de Pauno Coelho, o Magro, na redação da extinta revista MTV. Tinha até o Dado Abreu e o Alex Casalho (uma doçura de pessoa) que me chamavam de Master, assim mesmo em inglês.

A garotada de 20 e poucos anos maníaca por musik e o roqueiro cincoentão q viu todos os big-shows que eles queriam ver. Nessas horas, eu me sentia um Deus entre os Deuses da Música, podia me dar ao luxo de citar duas dúzias de bandas e indicar cada uma delas especialmente para os meus jovens discípulos e eles, wohhhlllll!

O mais irônico de tudo foi que apresentei um Robert Wyatt e Roy Harper (logo pra eles que curtem Floyd e Zeppelin e ñ sabiam quem era o guru amigo das duas bandas, Hats off to Roy Harper [LZ] de um lado, Have a Cigar [PF] de outro lado, dois tributos de duas bandas fenomenais...) pra eles.

Mas em contrapartida, eles me deram uma lavada: apresentaram um cara da minha geração, que eu teria obrigação de conhecer, mas só fui descobrir em 2004, trinta anos depois de sua morte prematura.

Nick Drake, um genio das cordas de nylon suaves, das belíssimas melodias e da voz grave, tímida, que saiu desse mundo insensível via overdose de downers. Uma de suas canções acabou virando trilha de comercial do Cabrio VW, no final do ano 2000.
Uma das músicas mais sombrias e doces utilizadas num comercial da VW.

Take a look, hear the tune:




Ou seja, tudo isso pra dizer que Mestres e Magos também aprendem com pupilos; e estes, em geral, ainda turbinados por uma energia cristalina, pura, nova e criativa não (tão) corrompida pelo mundano, terminam por turbinar o guru.

Para mim, a energia era contagiante, uma espécie de fresca pandemia
de artes. Me impulsionava a ir mais longe nos textos sobre classic music e resenhas que eu fazia pra MTV mensalmente. E ousar, como eles ousavam, com uma mão no bolso, pés sobre a mesa e a mão livre dominando cada um dos 30 msns abertos na barra....

Sabia que alguns dos mais belos e caros edredons de patchwork a venda em Devonshire são feitos de trapos, old boy?


Cheer urself up!




Um comentário:

  1. Salve Master!
    Prazerzão poder acompanhar, a partir de agora, todas as suas prosas. Sou fã.
    Aquele Abraço!
    Dado.

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